Saúde em BH: informe-se sobre indicadores de diabetes e hipertensão na capital mineira

Crédito: Divulgação/Prefeitura de Belo Horizonte (PBH)

Minas Gerais é o estado brasileiro com o maior número de municípios: 853, dos quais 226 dependem exclusivamente do Sistema Único de Saúde (SUS), isto é, sem serviços médicos particulares disponíveis, de acordo com o Ministério da Saúde. Os números reforçam a importância da valorização da saúde pública, além do monitoramento da qualidade da saúde municipal – em época de eleições e durante todo o mandato.

A capital do estado, Belo Horizonte, registra avanços e desafios no campo da Atenção Primária à Saúde que sublinham a importância de políticas públicas focadas na prevenção, no diagnóstico precoce e no tratamento adequado de doenças para garantir o bem-estar da população belorizontina e a gestão eficiente dos recursos da saúde. Confira abaixo dados disponíveis no Observatório da APS que traçam um panorama sobre duas das doenças crônicas não-transmissíveis (DCNTs) mais prevalentes no País: diabetes e hipertensão.

Sinal de alerta: internações por diabetes em alta

Cerca de 3,5 milhões de adultos das capitais brasileiras convivem com o diabetes, segundo a Vigitel. É o equivalente a mais de 10% desse grupo. Em 2023, a prevalência de diabetes em Belo Horizonte esteve abaixo da média nacional: 8,7%. Isso representa melhoria em relação à medição anterior, realizada em 2021, quando o município registrou 11,3% da população adulta diagnosticada com diabetes. Na série histórica da Vigitel, a prevalência é predominantemente maior para as mulheres, apesar do pico entre os homens observado em 2021.

Hábitos saudáveis e tratamento médico adequado proporcionam qualidade de vida às pessoas com diabetes. Essas ações ainda podem  evitar complicações graves, que também implicam em mais gastos para os serviços de saúde. 

No entanto, chama atenção o volume de internações em decorrência da doença em Belo Horizonte. Se, quando se trata de prevalência, a cidade ocupa a 16ª posição entre todas as capitais brasileiras, salta para a 5ª posição em relação a internações por diabetes

PosiçãoCapitalTaxa a cada 100 mil hab.
São Luís (MA)99,9
Manaus (AM)99,8
Natal (RN)88,1
Boa Vista (RR)87,9
Belo Horizonte (MG)87,7
Fonte: Dados SIH-DATASUS disponíveis no Observatório da APS.

Para comparação, a média nacional ficou em 67,8; já as capitais dos estados vizinhos, São Paulo e Rio de Janeiro, registraram taxas de 36,1 e 33,7, respectivamente. Foram 2.107 internações hospitalares decorrentes de diabetes em Belo Horizonte em 2023, a um custo de R$ 2,6 milhões, de acordo com dados do SIH-DATASUS. O valor médio por internação foi R$ 1.263,17.

Números de hipertensão em Belo Horizonte

Também conhecida como pressão alta, a hipertensão é outra DCNT com alta prevalência entre a população brasileira – incluindo a capital de Minas Gerais, onde o índice alcançou 28,5% em 2023. Esse cenário posicionou Belo Horizonte como a capital com a 7ª maior prevalência de hipertensão na população adulta, empatada com Natal (RN). Os dados são da Vigitel, consultados no Observatório da APS. 

PosiçãoCapitalPrevalência de hipertensão
Rio de Janeiro (RJ)34,4%
Porto Alegre (RS)33%
Recife (PE)32,6%
Salvador (BA)29,4%
Aracaju (SE)29,2%
São Paulo (SP)28,9%
Belo Horizonte (MG)28,5%
Natal (RN)28,5%
Fonte: Dados Vigitel disponíveis no Observatório da APS.

A exemplo do diabetes, a hipertensão impacta mais as mulheres e, em Belo Horizonte, um aumento foi registrado a partir de 2014: de lá para cá, o diagnóstico de pressão alta cresceu de 26,3% para 33,5% da população feminina em 2023. Entre os homens, apesar da mesma alta observada no período que compreende a pandemia, o percentual voltou a cair no último ano, como indica o gráfico:

Outros grupos predominam entre as 544.153 pessoas belorizontinas com diagnóstico para a doença. A Vigitel (2023) aponta que a hipertensão impactou principalmente as faixas etárias mais avançadas (76% da população com 65 anos ou mais) e com menor escolaridade (52,9% de quem possui entre zero e oito anos de estudo).

Além dos determinantes sociais de saúde e estilo de vida, histórico familiar e fatores genéticos podem contribuir para o surgimento de diabetes, hipertensão, câncer e outras DCNTs. Investir e articular ações na área da saúde são medidas essenciais para combater doenças evitáveis como essas, e as informações disponíveis em plataformas como o Observatório da APS auxiliam tanto pesquisadores quanto na formulação de políticas públicas de saúde.