Obesidade no Brasil: um olhar para a juventude

Imagem de uma moça sentada a frente do computador. Obesidade no Brasil: um olhar para a juventude

Globalmente, os dados do Atlas Mundial da Obesidade mostram que em 2020 eram 2,6 bilhões de pessoas nesta condição e as projeções para 2035 sugerem mais de 4 bilhões. 

Covitel 2023: indicadores de sobrepeso e obesidade

Gráfico sobre prevalência sobre excesso de peso
Fonte: Dados Covitel, disponíveis no Observatório da APS

Geograficamente, Nordeste, Sudeste e Sul estão com mais da metade de sua população acima do peso. A região Sul soma 62,6% de pessoas com sobrepeso; o Nordeste registra 57,4% e Sudeste, 55,3%. 

O excesso de peso atinge todas as idades. A maior prevalência está entre os 45 e 54 anos, com 68,5% da população com sobrepeso. A faixa etária compreendida entre os 35 e 44 anos também apresenta alto índice, totalizando 64,1%.

Na sequência estão pessoas dos 55 aos 64 anos, somando 59,9%. Idosos com sobrepeso são 56,8% e jovens adultos, dos 25 aos 34 anos, 52,7%. Porém, os dados que despertam mais preocupação são aqueles relacionados à obesidade e juventude.

O avanço da obesidade entre os jovens

Diferentes fatores podem contribuir para o excesso de peso, sendo os hábitos alimentares e o estilo de vida fundamentais para o controle do peso corporal. Ainda de acordo com a pesquisa Covitel 2023, o percentual de jovens que consomem regularmente verduras e legumes soma apenas 39,2% e somente 33,5% comem frutas com regularidade. Em contraponto, refrigerantes e sucos artificiais estão presentes na dieta de 24,3% dos jovens. 

Uma das consequências deste tipo de dieta é o seu baixo valor nutricional, isto é, a quantidade de nutrientes como sais minerais, fibras e vitaminas presentes na alimentação. Quando aliada ao consumo de alimentos ultraprocessados e ricos em açúcares, tem-se uma dieta hipercalórica e pouco nutritiva, contribuindo para o sobrepeso e a obesidade.

O estilo de vida sedentário é outro aspecto que contribui para o sobrepeso na juventude. A pesquisa Covitel mostra que apenas 36,9% dos jovens praticam ao menos 150 minutos de atividade física moderada ou vigorosa por semana. Já o tempo excessivo de tela, isto é, 3 horas ou mais diárias consumidas com celulares, tablets, videogames e outros dispositivos eletrônicos, alcança 76,1% da juventude brasileira. 

Horários irregulares para as refeições e mesmo locais inadequados – comer em frente à TV ou navegando na internet via celular, por exemplo – também são fatores que contribuem para o desequilíbrio na manutenção do peso corporal.

Mitigando problemas e fomentando soluções

A longo prazo, a obesidade pode facilitar o aparecimento de hipertensão, patologias cardiovasculares, diabetes e uma série de outras doenças.